
Os jardins da Memória
Uma mulher desaparece e com ela o meio-irmão, um jornalista de renome e o mistério desse desaparecimento lança o protagonista em busca daquela que ama e do seu ídolo de juventude.
Ela chama-se Ruya, sonho, em turco, ele um jovem advogado, lança-se na aventura da descoberta de um mundo de espelhos que o há-da lançar na mais profunda perplexidade.
Dito assim pouco se revela do que este livro realmente é: um livro verdadeiramente assombroso, de uma inventiva pouco comum, mas que tem, tal como a anterior, A Cidade Branca. Um tema central.
O que é a identidade? Será uma coisa acidental, cultural ou pelo contrário, permutável, indistinta na superfície, apenas única no mais profundo de cada ser?
Orhan Pamuk é o mais internacional dos escritores turcos da actualidade e a sua obra é uma ponte constante entre continentes, civilizações e modos de ser, espelhando além do mais, as mais profundas inquietações da literatura de todos os tempos.
Talvez por isso os seus livros são ao mesmo tempo contemporâneos e atemporais, uma tapeçaria tecida de memórias, sonhos e realidades sobrepostas. Um livro portentoso.
Betty Branco Martins